Ás vezes não sei
Se acabo sempre por abandonar os outros
Ou se é o mundo que pouco a pouco me deixa pra trás
.
Já perdi a conta
De todas as noites que engoli o choro
Não fechei os olhos
E me perdi em inúmeros pensamentos
Que nunca se tornarão reais
.
Corta-me o coração ver aqueles que amo sofrer
E sinto-me extremamente culpado
Por desejar a morte de alguém tão importante pra mim
.
O teto do quarto poderia ser uma tela em branco para exibir ininterruptamente todos os meus fracassos
.
Sinto saudades da minha infância
Tudo parecia mais simples
Mágico
As impressões que tinha do mundo, faziam a vida valer a pena
.
Sorrisos incontroláveis
Primeiros amores
Nenhuma preocupação
.
Era lindo viver quando existiam descobertas magníficas a todo momento
.
Arrependo-me por ter deixado o pessimismo e a desconfiança que tenho da humanidade
Dilacerarem minha inocência
.
Gostaria que uma estrela cadente cortasse o céu
E acabasse com todas as minhas angústias
.
Enquanto isso
Aguardo de mãos atadas o nosso declínio
E repreendo-me continuamente por não ter mais forças para acreditar
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Imagem: Kim MyoungSung
Linda poesia
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Muito obrigado!
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Me intriga em saber que não observamos crianças louvando seu período de vida em que posteriormente afirmamos sentir falta. Não quero discordar que era mais fácil. Provavelmente era. No entanto, é como uma falsa felicidade. Porque embora afirmemos sentir falta, não dizíamos “como é bom ser criança”.
Ademais, boas palavras. A vida é, simplesmente, complicada demais.
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Fala, Sirhu.
Talvez ainda não tivéssemos a percepção de quão incrível foi aquela fase. Talvez esse também seja um dos motivos pelos quais eu considere a infância um momento tão bom. Nunca saberei. Rs… Agradeço a visita! Um abraço.
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Ingenuidade, em grande parte. Nos contavam histórias com final feliz, agentes que sempre traziam justiça, como o Super-Homem, e havia um sentimento mágico no mundo, com Papai Noel presenteando os bons menino(a)s.
Porém, depois percebe-se que não é nada disso. Alguns até possuem um pouco desse (cego) otimismo. Mas de modo geral, aprende-se que o mundo não é tão agradável como pensamos. Os malfeitores nem são sempre punidos, não há garantia de final feliz, e a verdade é que teremos de trabalhar (além de competir) por décadas para viver uma vida minimamente decente em um trabalho que provavelmente desgostamos.
E, no final de tudo, será sorte se conseguirmos uma migalha daquele óculos que tínhamos para ver o mundo de forma cor de rosa. Com o tempo, o óculos se quebra e fica cada vez mais difícil de juntar as partes.
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Falou e disse! Sem mais.
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Força!
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Sensacional a sua reflexão! Não desista de resgatar a sua criança interior… ela com certeza está aí em algum lugar =)
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Prometo que tentarei fazê-lo! Muito obrigado pelo elogio e principalmente pela visita! 🙂
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